
Confira a seguir os passos que você deve seguir para uma concretagem
Passo 1: Forma e escoramentos

Para uma boa concretagem, os gestores devem garantir que a forma e os escoramentos sejam capazes de suportar o peso e manter o concreto no local desejado durante o tempo necessário.
Outro aspecto importante é a retirada da forma. Para que isso seja realizado de maneira segura e prática, é importante escolher e usar um bom desmoldante, até mesmo para que as formas possam ser reutilizadas.
Passo 2: Armadura

A armadura é essencial para a concretagem, pois sua junção com o concreto resulta no concreto armado. Diversas deformações podem ser prevenidas com o posicionamento correto, o cuidado para que permaneçam em seu local durante a concretagem e a precaução para que não haja materiais como óleos e graxas em contato com a armadura.
Passo 3: Cronograma

A falha mais comum acontece no planejamento da concretagem. O mais aconselhado é reavaliar todo o cronograma a cada concretagem. Devem-se avaliar as dificuldades que ocorreram para definir o que deverá ser feito nas próximas.
É preciso garantir de forma assertiva a rastreabilidade do concreto e as etapas da concretagem que estão sendo executadas de forma prática e acessível.
Passo 4: Planejamento da equipe

Antes do dia da concretagem, é necessário realizar o planejamento da equipe responsável, pensar em ferramentas, necessidades básicas e problemas que possam ocorrer com máquinas e equipamentos. Tenha sempre peças sobressalentes de vibradores, réguas vibratórias e mangotes.
Não deixe esse planejamento para a última hora. Invista no tempo de planejamento e nas ferramentas digitais para garantir um plano em equipe de sucesso.
Passo 5: Definição de trajeto

No planejamento da concretagem, defina previamente com sua equipe o trajeto do despejo dos caminhões, prevendo as saídas, o acesso de tomadas e a iluminação.
Quando se começa uma concretagem, o ideal é terminar apenas quando todos os caminhões planejados forem utilizados, pois devemos estar sempre preparados para eventualidades.
Nesse ponto, reforçamos a questão da rastreabilidade do concreto. Existem ferramentas com tecnologia específica para acompanhar e descomplicar o processo de supervisão do recebimento do concreto.
Quando você tem o seu projeto disponível, atualizado e acessível, é possível supervisionar de forma mais segura e realizar as atualizações com mais precisão. Qualquer deslize quanto ao recebimento de concreto pode resultar em atrasos na obra.
Passo 6: Compra do concreto
Na hora da compra do concreto, é necessário tomar alguns cuidados que evitam dores de cabeça:
Calcular e recalcular o volume necessário;
Prever um local para uso de uma possível sobra de concreto e para o que fica no cocho da bomba-lança;
Ficar atento às especificações do concreto feitas pelo projetista;
Verificar o FCK (Feature Compression Know – Resistência Característica do Concreto à Compressão), as dimensões dos agregados, a relação água/cimento e o rebatimento máximo, pois esses itens interferem e muito na qualidade final do concreto.
Passo 7: Lançamento

Esta atividade geralmente é realizada pelo próprio equipamento de transporte. Devido à maior probabilidade de segregação do concreto durante as operações de lançamento, a consistência deve ser escolhida em função do sistema a ser adotado. Os cuidados necessários durante o lançamento são:
O concreto preparado na obra deve ser lançado logo após o amassamento, não sendo permitido intervalo superior a 1 hora após o preparo.
No concreto bombeado, o tamanho máximo dos agregados não deve ser superior a 1/3 do diâmetro do tubo no caso de brita ou 2/5 no caso de seixo rolado.
Em nenhuma hipótese o lançamento pode ocorrer após o início da pega.
Nos pilares, a altura de queda livre do concreto não pode ser superior a 2 m, pois pode ocorrer a segregação dos componentes.
Nas lajes e vigas, o concreto deve ser lançado encostado à porção colocada anteriormente, não devendo formar montes separados de concreto para distribuí-lo depois. Esse procedimento deve ser respeitado, pois possibilita a separação da argamassa que flui à frente do agregado graúdo.
Nas lajes, se o transporte do concreto for realizado com jericas, é necessário o emprego de passarelas ou caminhos apoiados sobre o assoalho da fôrma, para proteger a armadura e facilitar o transporte.
Quando o lançamento é interrompido, formam-se juntas de concretagem, que devem ser tratadas, para garantir a ligação do concreto endurecido com o novo. Para isso, os locais da parada de concretagem devem ser estudados previamente, de modo que estejam localizadas em seções pouco solicitadas, para não influir no comportamento da estrutura.
Em locais de maior solicitação, pode-se aplicar um adesivo estrutural na junta.
Atenção
Para a opção do tipo de bomba deve-se considerar a altura do local onde será concretado, dimensões e condições do canteiro.
O concreto bombeado exerce uma pressão maior sobre o escoramento lateral, se compararmos com o lançamento convencional. Assim, é importante que o travamento das fôrmas, bem como o escoramento, sejam reforçados.
Nos pilares, há empresas que realizam o lançamento só da argamassa no fundo da peça estrutural, para evitar o aparecimento de bicheiras. Esse procedimento não é necessário e, quando utilizado, devem ser tomados cuidados especiais para que a argamassa não permaneça no fundo, sem misturar com o restante do concreto.
Dica
Nos pilares, realize o lançamento do concreto em camadas inferiores a 50 cm, para que a vibração seja realizada de forma eficiente.
Passo 8: Adensamento

Atividade que tem como função retirar os vazios do concreto, diminuindo a porosidade e, consequentemente, aumentando a resistência do elemento estrutural. Tem também a função de acomodar o concreto na fôrma, para tornar as superfícies aparentes com textura lisa, plana e estética.
A energia e o tempo de adensamento dependem da trabalhabilidade do concreto, devendo crescer no sentido do emprego de concretos de consistências plásticas para secas. O adensamento pode ser realizado de forma manual ou mecânica. No adensamento manual, utilizam-se barras de aço ou de madeira, que atuam como soquetes estreitos, que expulsam as bolhas de ar do concreto. É um procedimento que exige experiência e tem baixa eficiência, de modo que deve ficar restrito a serviços de pequeno porte, utilizando-se neste caso concretos com abatimentos superiores a 8 cm, tendo as camadas de concreto uma espessura máxima de 20 cm.
Geralmente, o adensamento é realizado mecanicamente e, neste caso, o equipamento mais utilizado é o vibrador de imersão. Quando utilizar esse equipamento, a espessura das camadas não deve ser superior a 3/4 do comprimento da agulha e a distância entre os pontos de aplicação do vibrador deve ser de 6 a 10 vezes o diâmetro da agulha. Para agulhas com diâmetros de 35 a 45 mm, as distâncias variam de 25 a 35 cm. No caso de lajes, pode-se empregar também a régua vibratória, que tem a vantagem de nivelar e adensar simultaneamente. O manuseio desse equipamento exige certa habilidade por parte de quem opera, além de possuir limitações quanto às dimensões e espessura da laje.
Cuidados
Durante o adensamento, deve-se evitar a vibração da armadura, para que não se formem vazios ao seu redor, prejudicando a aderência da armadura ao concreto.
Deve-se também manter uma distância de aproximadamente 10 cm da fôrma, para não forçar excessivamente as paredes laterais.
O tempo de vibração depende da frequência de vibração, abatimento, forma dos agregados e densidade da armadura. É melhor vibrar por períodos curtos em pontos próximos do que por muito tempo em pontos mais distantes.
O excesso de vibração produz segregação, de modo que o adensamento deve ser cessado quando a superfície se tornar lisa e brilhante e quando não aparecer mais bolhas de ar na superfície.
Passo 9: Nivelamento

Também denominada sarrafeamento, é uma atividade realizada nas lajes e vigas. A ferramenta empregada é o sarrafo, que pode ficar apoiado em mestras, que por sua vez definem a espessura das lajes.
Para essa atividade, é recomendável que a fôrma da laje esteja nivelada, pois isso facilita o posicionamento correto das mestras. A fim de obter maior controle no nivelamento das lajes, pode-se empregar taliscas ou mestras metálicas.
No caso dos pilares, em vez do nivelamento, é realizada uma conferência do prumo, pois durante a concretagem as fôrmas podem sair do ajuste inicial.
Passo 10: Acabamento superficial

Etapa em que se procura proporcionar à laje determinada textura. De acordo com o padrão desejado, podemos ter os seguintes tipos de laje:
Convencionais: aquelas em que não são realizados controles do nivelamento e da rugosidade superficial.
Niveladas: possuem controle do nivelamento, para que o contrapiso seja aplicado com a espessura definida no projeto.
Acabadas: também conhecidas como laje zero, oferecem um substrato com rugosidade superficial adequada, bem como controle de planeza e nivelamento, sem a camada de contrapiso.
Existem diversos equipamentos que proporcionam rugosidade diferente à superfície do concreto. É preciso utilizar o equipamento adequado para cada tipo de acabamento. Para essa operação, são utilizadas desempenadeiras metálica ou de madeira. As primeiras são empregadas para obter um acabamento liso na superfície de concreto. Pelo fato de a desempenadeira de madeira propiciar um acabamento rugoso, é utilizada quando a especificação do projeto indicar o uso de contrapiso.
Ganhos de produtividade podem ser obtidos com o uso de desempenadeiras motorizadas, devendo ser aplicadas a partir do instante em que for possível caminhar sobre o concreto, e sem esse estar completamente endurecido. O momento adequado para essa operação ocorre quando o concreto suporta a pressão do operário, deixando apenas uma pequena marca da bota, com cerca de 2 mm de profundidade.
Atenção
Para a definição da espessura das lajes, pode-se empregar taliscas de aço, madeira ou argamassa. A laje zero é aquela executada com controle de nivelamento, planeza e textura superficial coerentes com o revestimento que o piso irá receber. Para isso, o controle dos níveis é mais rígido que o convencional, empregando-se, muitas vezes, equipamentos acabadores de superfície.
Passo 11: Cura

Conjunto de medidas que tem como finalidade evitar a evaporação prematura da água necessária à hidratação do cimento. Consiste em realizar o controle do tempo, temperatura e condições de umidade após o lançamento do concreto nas fôrmas.
A realização da cura é fundamental para a garantia da resistência desejada na estrutura, pois evita a ocorrência de fissuração plástica do concreto, uma vez que impede a perda precoce da umidade. Essa proteção precisa ser feita atentando-se para os seguintes fatos:
A cura deve ser iniciada assim que a superfície tenha resistência à ação da água.
No caso de lajes, recomenda-se a cura por um período mínimo de 7 dias.
O concreto deve estar saturado com água até que os espaços ocupados pela água sejam inteirados por produtos da hidratação do cimento.
Em peças estruturais mais esbeltas ou quando empregado concreto de baixa resistência à compressão, deve-se realizar a cura com bastante cuidado, pois, nessas situações, ocorre um decréscimo de resistência à compressão caso a cura não seja realizada. As temperaturas iniciais são as mais importantes para o concreto, sendo as baixas temperaturas mais prejudiciais ao crescimento da resistência, enquanto as altas o aceleram. Dessa forma, no inverno, deve-se tomar cuidado com resistências menores em idades baixas (7 ou 14 dias), enquanto no verão haverá maior crescimento, desde que a cura seja realizada adequadamente.
Tipos de cura A cura da obra pode ser realizada por:
Molhagem das fôrmas, no caso de pilares.
Irrigação periódica das superfícies.
Recobrimento com material para manter a estrutura sempre úmida, podendo ser areia, sacos de aniagem, papel impermeável ou mantas.
Películas de cura.
Submersão.
Cura a vapor
O melhor agente de cura é a água potável. Na impossibilidade de utilizá-la, podem ser empregadas as películas, produtos obtidos por soluções ou emulsões aquosas de resinas e parafinas que se depositam durante certo prazo sobre a superfície do concreto, impedindo a dessecação prematura. Após esse período são naturalmente destruídas ou carreadas pela ação das intempéries, restabelecendo a superfície natural do concreto.
Passo 12: Desforma

O primeiro passo pós-concretagem é a desforma. Após a cura inicial do concreto, podemos remover as laterais das fôrmas e, posteriormente, o fundo, mas sempre fazendo um re-escoramento, até a cura total do concreto, para evitar eventuais deformações
Após a retirada das formas, é necessário verificar a estrutura para validar o nivelamento e encontrar eventuais falhas, como bicheiras. Desníveis e falhas devem ser corrigidas imediatamente após a confirmação. No caso de bicheira, a correção deve ser feita com argamassa polimérica (solução mais rápida) ou com o próprio concreto para preenchimento, aplicando adesivo estrutural nas que tiverem maior amplitude.
Passo 13: Escoramento remascente

É essencial respeitar a quantidade de escoras indicadas no projeto após a cura inicial. A retirada prematura pode ocasionar falhas na estrutura, como curvas e fissuras. Depois de 28 dias, é possível remover todas as escoras. Retira-se os travamentos, depois os pontaletes ou montantes, ou seja, primeiro os elementos secundários da estrutura e, depois, os principais.
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